|
Nós e os programas lectivosTânia (Aluna 12°ano) Eu, aluna do CEF (Centro de Estudos de Fátima), tomei a liberdade de por este meio mostrar o meu descontentamento, juntamente com todos os meus colegas estudantes que frequentam o 12º ano pela primeira vez, em relação aos programas que nos são apresentados este ano nas disciplinas de Química e Português. Os motivos deste desapontamento, em relação aos conteúdos que nos são propostos estudar, devem-se às mais variadas razões. Refiro-me primeiramente ao programa de Português, pois é de salientar que este não nos impõe uma aprendizagem sobre o mais útil para uma vida futura mas apresenta-nos, sim, um conjunto de obras literárias que nos remetem para o desinteresse na disciplina. Não quero, no entanto, deixar transparecer a ideia de que nenhuma das obras propostas devia estar presente no programa mas sim que deveriam ser seleccionadas de acordo com as motivações dos alunos, e ser de carácter obrigatório um menor número em relação àquele que nos é apresentado de momento. Somos ainda da opinião que deveria ser dada mais importância à leitura de escolha livre e à escrita de determinados textos, por exemplo, à redacção de um comunicado, de uma notícia, de um relatório, ou até à maneira como eu deveria dirigir-me a V. Exª, pois isso é que nos será mais proveitoso quer na vida académica futura quer, e com muito mais relevância, no nosso futuro emprego. Por isso, o conhecimento da gramática (Funcionamento da Língua), sendo também outro conteúdo ao qual se dá importância, mas os alunos revelam muitas dificuldades, mesmo no 12º Ano, devia ser a base dos estudantes desde o primeiro ciclo, através da escrita frequente e autónoma de textos tipologicamente diferentes. Como é possível ler um texto literário se não sabemos como funciona a Língua Materna? Em segundo lugar, queria referir o programa que foi elaborado e proposto para Química. É de revelar o nosso menor apreço por aquilo que entre nós consta ser um programa muito teórico e nada convidativo aos que se julgam ser os interesses da Química e as curiosidades que ela desperta em nós dia após dia. O estudo que de momento fazemos, ao nível desta disciplina, resume-se muito à dita arte de decorar imensas páginas que não apresentam, ao contrário de anos anteriores, experiências e fenómenos que despertam o nosso espírito científico. Como último ponto, queremos apenas referir o problema das provas modelo, que, tanto quanto sabemos, só algumas chegaram às escolas. Como se sabe estas são muito importantes, pois estamos a pôr à prova um novo programa em muitos aspectos diferente do anterior e, assim sendo, são um elemento muito importante, tanto para nós como para os professores, que nos querem guiar pelo melhor caminho para o sucesso na realização dos exames. São estas provas a nossa porta de acesso para o curso superior, que esperamos vir a dar-nos uma melhor qualidade de vida, tanto do ponto de vista pessoal como material. A nosso ver, deveria ser expressamente obrigatório, no que se refere à aprendizagem, que os alunos também tivessem um importante voto na matéria, o que parece não acontecer! Esperamos sinceramente que este comunicado não vos passe despercebido.
|
|||