“Não ia, porque tinha medo”

Testemunho de uma avó
Recolhido por João Guilherme Caetano Reis

Pela pesquisa que fiz, apresento o testemunho da minha avó paterna, Libânia Matias, filha da já falecida Teresa Matias – minha bisavó – que fora amiga de Lúcia.
No dia 19 de Fevereiro de 2006, Libânia Matias foi assistir às cerimónias da transladação do corpo da Irmã Lúcia para o Santuário de Fátima, gostando muito e, segundo ela, emocionando-se até.
Quando a última pastorinha de Fátima faleceu, fez a minha avó questão de ir a Coimbra ao enterro da mesma, pois tem uma grande devoção pela Irmã Lúcia e admira bastante a sua inigualável fé e também a sua jornada neste mundo.
Com uma lágrima no canto do olho, e lembrando-se de sua mãe, afirma Libânia:
– “A avó Teresa – pois era assim que nós, bisnetos, a chamávamos quando era ainda viva – era muito amiga da Lúcia, porque além de serem vizinhas, iam muitas vezes as duas guardar os rebanhos juntas.” Diz ainda, rindo-se, que “quando a Lúcia chamava a avó Teresa nos dias 13 para ver a Senhora do Rosário com o Francisco e a Jacinta, ela não ia porque tinha medo”.
Admirando bastante a bondade da terceira pastorinha, a minha avó refere:
– “A Irmã Lúcia era uma pessoa muito amiga de toda a gente, e tinha uma alegria contagiante. Além disso, gosto muito dela porque teve e tem um coração muito grande e era uma grande devota de Nossa Senhora de Fátima.”
Relativamente à transladação, está claro que Libânia Matias acha bem, pois tem a certeza que “a Irmã Lúcia está muito feliz de estar finalmente junto dos seus primos –Jacinta e Francisco Marto – e também perto de Nossa Senhora”. Conta ainda que “era da vontade da Lúcia estar por fim perto da sua terra natal (Aljustrel).
A minha avó defende ainda que a Irmã Lúcia deve ser o mais depressa possível beatificada tal como Jacinta e Francisco pois, segundo ela, “a Irmã Lúcia merece”.
Conclui-se portanto que este acontecimento e a vinda de milhares de pessoas a Fátima todos os anos é mais uma prova de que os Pastorinhos e a Nossa Senhora representam a fé e a esperança que essas pessoas depositam Neles. Segundo a minha avó e, deduzo, todos os crentes, “está neste momento Lúcia no céu a orar por todos nós”.