As pontes a construir na nossa vida, José Poças das Neves

O nosso “Pontificado”, Armando Marques Silva

Jesus Cristo é a Ponte, José Carlos Sousa

Pontes construídas por Alunos, 7º e 8º anos

Construir a história pessoal, projectar o futuro (Editorial)

Construir a vida sobre alicerces - Carta Aberta, Teresa Verdasca

Desta Janela os vi chegar, José Pato (Secretaria)

 

 

 

 

 

 

É urgente cativar!Alelaide Lopes

Adelaide Lopes, Coordenadora do 12º Ano

Construir Pontes é o tema do próximo triénio na nossa escola!
Convidada a dissertar sobre o mesmo, de imediato me faço a pergunta: mas, afinal, o que é uma ponte?
Falar de pontes é sentir-se ponte – primeira conclusão! Como?

Ah! Ponte é uma passagem para a outra margem, por isso sai muito caro servir de ponte. Duas virtudes são imprescindíveis: a resistência e a solidez! Então, o primeiro passo é construir pontes dentro de nós mesmos, porque muitas vezes «estamos abertos por fora e por dentro fechados à chave»! Devemos, para isso, respeitarmo-nos e aceitarmo-nos, edificando, depois, uma ponte em direcção aos outros. E a nossa escola, sendo a outra margem da ponte que complementa a família, não é apenas «um local onde os jovens são insuflados de conhecimentos, transformando-se em «tecnocratas do sucesso». É, sim, o complemento da família que, hoje em dia, num vaivém rotineiro, se esquece frequentemente que a vida é curta e se tem de marcar a passagem para a outra margem – dando o exemplo, deixando pegadas na areia do deserto interior de quem muito próximo de nós nos deixa transparecer que precisa de ser «compensado com um xarope de longas e cúmplices conversas, olhos nos olhos». Os jovens não têm de ser a «caixa de velocidade dos pais». Há que adoçar-lhes a boca, sabendo ouvi-los, fazendo-os compreender que ser grande não é o princípio de todas as liberdades (até porque a nossa liberdade acaba onde a dos outros começa)! Explicar-lhes que estudar é difícil implica também abdicar de tantas e tantas coisas que temos tendência a querer fazer ao mesmo tempo, mostrando-lhes que é importante aprender a dizer-lhes “não”, porque afinal estudar não ocupa lugar e pode, quiçá, fazê-los sorrir melhor num futuro próximo; e, finalmente, que para ser Pessoa, com letra grande, não é preciso ter dinheiro em excesso, uma casa onde ninguém se encontra facilmente e um carro último modelo. É preciso, sim, saber estar, ser e agir em qualquer que seja o dia, local e hora, cultivando a amizade, a compreensão e a tolerância, mas também o rigor. Assim, e como dizia um professor, “Nunca fales às pessoas; fala com as pessoas”.

É urgente reconstruir a ponte do diálogo entre gerações. Refira-se que «os pais são um produto ergonómico» que o jovem agita sempre que usa. E «pior que um pai teimoso é um pai amedrontado» com o facto de o filho ficar traumatizado com os limites impostos, quando, afinal, toda a gente sabe que ao longo da vida colhemos rosas, mas por vezes também os seus espinhos! E o mundo já tem tantas pontes destruídas, e a dos valores também parece ruir, dia após dia!

Tudo isto porque se houvesse uma ponte mais sólida entre a família e a escola, não haveria barreiras ao sucesso…!

Portanto, meus amigos, «que grande ofício é ser ponte entre as pessoas, entre as coisas, entre as ideias, entre as gerações!». Dai aos outros o que gostavam que vos dessem a vocês!

«O mundo deixaria de ser habitável no dia em que houvesse nele mais construtores de valas do que de pontes!»