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Carta Aberta
Teresa Fortunato Verdasca
Coordenadora do Ensino Secundário
Construí a minha vida sobre os alicerces do que os meus pais me transmitiram, da família que eu própria construí, da sociedade que eu vivi, e de uma vida profissional centrada nesta Escola ao longo de 28 anos.
Dei e recebi muito, ensinei muitos jovens, partilhei muitas vivências com os meus colegas, com os meus alunos, com os meus amigos e, também eu aprendi na liberdade, na responsabilidade e no respeito pelo outro.
No silêncio, Alguém me disse que eu tinha que ser professora, mas que teria também que ser obreira na construção desta Casa. E foi nesta cumplicidade, quase numa mística, que eu vivi esta e nesta Escola. Ajudei a construir a ponte entre um passado laborioso e um presente comprometedor e quero agora relançá-la para um futuro promissor e inovador. As vivências do passado são importantes na construção do futuro. Foi nesta discrição, no silêncio da afirmação e na incumbência sem ser premeditada, que esse “Alguém” me ensinou a constuir os meus saberes na educação, na formação e na ligação aos outros. Ao longo de vinte anos a coordenação deu-me e tirou-me muito, mas ficaram as alegrias de poder ter contribuído para algum equilíbrio, tolerância e amizade entre nós. Quero apenas continuar o meu percurso para que novos momentos aconteçam, novos horizontes se abram, novas etapas se vençam e novas gentes renasçam.
Todos nós, professores, somos pilares da Ponte que queremos construir para enfrentarmos o futuro. Se vacilarmos no nosso exemplo, na nossa dedicação, no profissionalismo, na exigência, no rigor, na dádiva, no respeito, na tolerância, na cientificidade, no bom-senso e na amizade, não seremos nunca alicerces perfeitos para que os nossos alunos transponham o presente com sucesso e enfrentem os novos desafios de uma sociedade dura e competitiva, mas risonha e mais qualificada. Só assim teremos Gente capaz, que nos olhe como os baluartes da sua história. |